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Com boa movimentação no final de ano, comércio pernambucano vive expectativa de crescimento em 2022

Após vivenciar momentos difíceis com a restrição na circulação de pessoas e quedas significativas nas vendas, o comércio pernambucano encerra o ano consolidando um processo de retomada econômica. Durante os festejos de dezembro, mês que é tradicionalmente positivo para o setor, a movimentação de clientes traz otimismo para o próximo ano. De acordo com a Associação Pernambucana de Shopping Centers (Apesce), a estimativa é fechar o ano com alta de até 15% nas vendas em comparação com o ano passado.

Para o presidente da associação, José Luiz Muniz, o resultado está dentro do esperado. “Considerando o aumento do fluxo de clientes desde o início de dezembro, é um bom cenário, mesmo considerando a inflação. A volta do consumidor às lojas é um reflexo da confiança e de ter mais gente vacinada, ou seja, com mais segurança para todos”, comentou. Para ele, a perspectiva para o começo do ano é animadora. “O setor sofreu bastante nestes últimos dois anos. Mas, vamos poder recuperar, aos poucos, boa parte das perdas ocorridas no período”.

A opinião é compartilhada pela gerente de marketing do Shopping Boa Vista, Tárcia Galvão. “O fluxo e o faturamento de 2021 superaram os do ano de 2020 em aproximadamente 40% e se igualaram aos resultados de 2019. A expectativa para o próximo ano é que iremos efetivamente retomar o nosso crescimento, porque esse avanço que tivemos foi a recuperação de mercado que perdemos lá trás com a pandemia”, afirmou.

Em Petrolina, no Sertão do estado, o River Shopping registrou uma movimentação acima do esperado. A gerente de marketing do mall, Monique Almeida, projetou um crescimento para o próximo ano. “Analisando os últimos meses, mesmo com a pandemia, o River deverá ter em 2022 um crescimento em torno de 12% em relação a 2021”, observou.

No Shopping Costa Dourada, a expectativa é que a retomada das obras da refinaria Abreu e Lima auxilie no crescimento do centro de compras. “Em 2021 tivemos um crescimento mais lento, uma retomada ao ano de 2019. O cenário de positividade para 2022 se complementa pela ampliação do atacarejo Arco-Vita e pela inauguração das operações Uninassau e o home center Tupan”, comentou.

Já no comércio da capital pernambucana, a expectativa é de que a movimentação de clientes encerre o ano em queda em comparação com o mesmo período do ano passado. “Alguns setores venderam mais, outros venderam menos, aqueceu o setor de bares e restaurantes, mas o movimento ainda foi menor do que o do ano passado, com uma queda de cerca de 5%”, afirmou o presidente da CDL Recife, Fred Leal.

Para ele, diversos fatores contribuíram para esse resultado. “Os juros altos, a inflação, perda do poder de compra do consumidor, aumento dos custos de energia, gás, gasolina, tudo isso pegou muito no consumidor. Foi um dezembro razoável mas abaixo do esperado. No ano passado, nesse período, todo mundo achava que a pandemia ia acabar e as pessoas estavam recebendo o auxílio, as condições econômicas eram diferentes”, observou. No entanto, Fred destaca que as empresas conseguiram fazer o dever de casa durante a pandemia. “Temos esperança ainda que o cenário pode mudar”, concluiu.

No Moda Center Santa Cruz, no Agreste do estado, o fluxo de clientes aumentou na alta temporada de fim de ano. A média de público nos meses de novembro e dezembro por feira, oito no total, chegou a 85 mil pessoas, um sinal de que o volume de negócios realizados presencialmente voltou a crescer e, aos poucos, se aproxima de anos anteriores à pandemia. Até o fim de dezembro, mais de 500 mil pessoas visitaram o centro atacadista.

Diretor do Moda Center, Tales Nery explica que 2021 foi um ano de muitos desafios. “Tivemos uma inflação muito alta como não se via há mais de três décadas, o que acabou impactando no valor da matéria-prima, na produção e prejudicando, consequentemente, o consumo das pessoas. O impacto na comercialização em atacado sofreu diretamente com isso. Mas entendemos que o número de pessoas que vieram na alta temporada é um sinal de tomada de fôlego para que o comerciante que teve um ano conturbado possa enfrentar o próximo ano de forma mais tranquila, que possa voltar a fazer investimentos, a girar seu capital com mais tranquilidade e planejar melhor o rumo do seu empreendimento”, explicou.

Ele ressalta que a retomada do crescimento de público ao patamar de anos anteriores à pandemia é fruto dos esforços de condôminos, clientes e das instituições. “Continuaremos trabalhando no aperfeiçoamento da nossa infraestrutura para que as pessoas continuem vindo comprar presencialmente. A expectativa é que, com o avanço da vacinação, 2022 possa ser um ano melhor que 2021 em termos econômicos e que em 2023 a gente possa ter uma retomada do crescimento que precisamos para o nosso polo de confecções e para o Brasil como um todo”, finalizou Tales.

FONTE: DIÁRIO DE PERNAMBUCO

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